Esta é uma Antígona sem Creonte, presa na ditadura do parentesco. Ela coexiste com seu ditador interno. Rebela-se contra o poder de Creonte, mas sucumbe à suposta virtude feminina da submissão. O sacrifício feminino se estabelece como um hábito diário, chegando até a autoimolação e a morte. Antígona, Édipo e Polinice, sempre emigrantes, apegam-se às suas essências para sobreviver. Elegua, para abrir os caminhos, Oia, para anunciar a morte, acompanham essas personagens gregas vindas do Caribe. Antígona, cuidadora, emigrante, rebelde e submissa, corajosa e covarde, é um reator que gera um campo magnético que move os demais personagens e o público. Polinices é um boxeador obcecado pela violência, Édipo vagueia cego e se veste de mulher, parecendo Jocasta. Antígona carrega o enorme corpo nu de Polinice, tentando escondê-lo. Teatro, dança, folhas secas e os pesados fardos carregados pelos emigrantes.
Para maiores de 18 anos.
Duração: Aproximadamente 60 min.