Há dois mil e quinhentos anos, um poeta dramático escreveu uma trilogia trágica que propunha a necessidade de estabelecer um pacto cívico capaz de pôr fim aos intermináveis ciclos de vingança que assolam a convivência humana. Esse poeta, conhecido como Ésquilo, concebeu não apenas uma obra de arte, mas também um veículo para propor uma mudança radical na concepção de justiça.
Por meio de personagens arrastados por ciclos de rancor e violência, Ésquilo nos mostra como, em uma reviravolta inesperada rumo a um final tragicamente esperançoso, deuses e mortais unem forças para fundar uma instituição que promete acabar com a justiça pelas próprias mãos — marcando o nascimento de um novo capítulo civilizacional.Apresentamos a Orestíada com a ambição de traçar uma ponte entre os mitos da Grécia Antiga e o nosso presente, insuflando impulsos e arquétipos ancestrais na realidade dos nossos dias.